A ministra da Juventude reconheceu a necessidade de “trabalhar mais a sociedade no sentido de erradicar a violência, investir mais meios na prevenção e no combate, e na autonomização destas mulheres”, vítimas de violência.
A ministra da Juventude afirmou esta quinta-feira em Vila de Rei que “a maior preocupação do governo é o combate à violência doméstica”, dentro da área da igualdade, tendo apelado à união de esforços para uma sociedade mais inclusiva.
“Temos de fazer um grande trabalho com a sociedade porque há um problema estrutural e não basta mudar as leis, que já existem e criminalizam a violência doméstica, sendo um crime público”, declarou Margarida Balseiro Lopes, tendo feito notar que o problema “não afeta só as mulheres como também as crianças”, que “são mais de metade das pessoas em casas abrigo”.
A governante falava em Vila de Rei (Castelo Branco), na cerimónia da entrega do prémio “Viver em Igualdade” que hoje distinguiu o trabalho desenvolvido por 58 autarquias, duas comunidades intermunicipais e uma Junta de Freguesia, e a quem lançou um apelo de trabalho concertado sustentado em números atuais da violência doméstica no país.
“Nós este ano já perdemos 12 pessoas, no primeiro semestre. O ano passado, no mesmo período, tinham morrido 15 pessoas. Dir-me-ão que houve uma redução de três. Não, porque houve 12 pessoas a mais do que devia existir. Devia ser zero”, vincou.
A governante reconheceu a necessidade de “trabalhar mais a sociedade no sentido de erradicar a violência, investir mais meios na prevenção e no combate, e na autonomização destas mulheres”, vítimas de violência.
“O governo tem de fazer muito mais do que tem feito, e vai fazer”, declarou, tendo indicado que no próximo ano o governo vai “duplicar a verba destinada à autonomização das vítimas de violência doméstica” e apelado aos municípios para “ajudarem a complementar estas respostas”.
Margarida Balseiro Lopes, que não esteve disponível para responder às questões dos jornalistas, destacou o desígnio do acesso de todos “às mesmas oportunidades” e o “compromisso de mais casas e mais respostas” para resposta ao flagelo social.
“Se falhamos como sociedade em garantir que a violência doméstica não tenha sido ainda erradicada e ainda existam mais de 30 mil participações de violência doméstica por ano, pelo menos que não falhemos às vítimas no processo de reconstrução das suas vidas”, invetivou.
A ministra da Juventude e Modernização presidiu hoje à entrega do prémio “Viver em Igualdade” em cerimónia que decorreu no auditório de Vila de Rei, município que assinala o centro geodésico de Portugal.
Atribuído pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), o “Prémio Viver em Igualdade”, na sua sétima edição, foi criado no âmbito da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação (ENIND) — Portugal + Igual, e distinguiu, no total, 58 autarquias, duas comunidades intermunicipais e uma Junta de Freguesia.
A iniciativa, de periodicidade bienal, tem o objetivo de distinguir e reconhecer autarquias com boas práticas na integração da dimensão da Igualdade de Género, Cidadania e Não Discriminação, a nível interno e no âmbito do território, enquanto agentes de desenvolvimento e entidades privilegiadas para a concretização de ações e medidas da ENIND e dos Planos Nacionais de Ação.