O incêndio provocou cinco feridos ligeiros, bombeiros e civis e uma lista de danos que passa por “muitas edificações, primeiras habitações, anexos, construções, barracões, explorações agrícolas, máquinas, carros, equipamentos”.
O incêndio em Castro Daire foi dominado ao início da manhã de hoje e vai ser monitorizado através de uma câmara térmica para detetar zonas de maior risco de reacendimento para evitar novos focos, disse o presidente do Município.
Às 10:00, Paulo Almeida afirmou aos jornalistas que “o incêndio foi dado como dominado”, mas que isso não significa que o concelho está livre de perigo.
“É verdade que durante a noite as condições meteorológicas e a chuva nos vieram ajudar (…), mas continua a haver perigo de reacendimentos”, afirmou.
Neste sentido, Paulo Almeida adiantou que vão recorrer aos “meios tecnológicos existentes”, com um meio aéreo a sobrevoar o território do concelho, para, com câmaras térmicas, fazer um levantamento de forma a detetar “onde é que estão esses potenciais focos”.
“Mas neste momento, não temos frentes ativas, foi dado como dominado ao início da manhã”, reforçou.
O autarca que disse ter hoje no terreno cerca de 250 operacionais apoiados por 80 veículos que, ao longo do dia vão fazer “trabalhos de rescaldo e contenções periféricas” para que “o incêndio fique efetivamente apagado”, porque, apesar de dominado, não é possível saber se está mesmo apagado.
O presidente reforçou ainda que o Município teve “cerca de 70% a 75% da área ardida” e, depois de falar com o secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, disse ter percebido que “Castro Daire é o concelho do país com mais área afetada”.
“Se o drama de muitas outras zonas do país foi o que foi e se Castro Daire superou a área ardida em termos nacionais, dá para perceber a dimensão e a gravidade daquilo que aconteceu” no concelho, afirmou.
Hoje de manhã estão a ser “preparadas equipas para irem para o terreno” para iniciarem o trabalho de “levantamento efetivo do que são os danos”, de forma que o Município de Castro Daire defina “o tipo de apoio necessário”.
“Para ajudar também a tutela e pedirmos à tutela os apoios que vamos necessitar para revitalizar e reconstruirmos parte, ou grande parte, do nosso concelho. É outro drama que vamos viver agora: o de garantir que as nossas famílias, porque muitas delas ficaram sem nada, possam ter os seus meios de sobrevivência”, afirmou.
O incêndio provocou cinco feridos ligeiros, bombeiros e civis e uma lista de danos que passa por “muitas edificações, primeiras habitações, anexos, construções, barracões, explorações agrícolas, máquinas, carros, equipamentos”, mas é preciso “fazer um levantamento rigoroso”.
“Porque neste tipo de ocorrência existe sempre muito desespero e muita da informação que nos vai chegando depois também não corresponde à realidade”, sublinhou.
Hoje, as escolas no concelho mantêm-se encerradas, mas “tudo indica” que na segunda-feira reabram.
Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e determinou luto nacional hoje.