Presidente do Governo Regional visita hoje zonas afetadas.
O incêndio da Madeira progrediu e atingiu o Pico Ruivo esta noite, de acordo com a proteção civil regional, que pediu um novo reforço de mais 45 operacionais do continente, que já deverá chegar hoje à região.
“O pior cenário que temos neste momento é o que decorre da propagação do [fogo] no Curral das Freiras que progrediu pela cordilheira central da região e atingiu o Pico Ruivo. Esta é uma zona muito complexa. Não se consegue atuar nesta zona devido às condições do terreno”, adiantou à agência Lusa presidente do Serviço Regional de Proteção Civil.
De acordo com António Nunes, os operacionais estão a tentar conter a progressão para sítios mais problemáticos, encontrando-se no local 11 operacionais, com o apoio de cinco meios.
“Face ao evoluir desta foram desfavorável foi solicitado à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil [ANEPC] o reforço de pessoal que veio do continente e está previsto durante o dia de hoje recebermos mais 45 elementos”, adiantou.
Presidente do Governo Regional visita hoje zonas afetadas
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, desloca-se hoje a locais afetados pelo incêndio que deflagrou há uma semana e já destruiu mais 4.000 hectares de floresta na ilha.
A deslocação foi anunciada na terça-feira à noite, no final de mais um dia em que a oposição criticou o executivo e Albuquerque, a ponto de o PS admitir uma comissão de inquérito, que tem ripostado com a acusação de aproveitamento político por parte dos partidos.
Na terça-feira à noite, o Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) indicou que o foco “mais preocupante” era no Curral das Freiras.
O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
Três bombeiros já receberam assistência hospitalar por exaustão e sintomas relacionados com “mau estar e indisposição”, não havendo mais feridos.
Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque já disse tratar-se de fogo posto.