Dominados os fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria e Águeda

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares.

Setembro 19, 2024

O complexo de incêndios que afetou desde domingo as zonas de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está dominado e em fase de resolução, revelou hoje a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“O complexo de incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está neste momento dominado. Estes quatro incêndios estão em resolução, mas ainda se mantém um dispositivo robusto no terreno, em virtude de ser expectável que haja algumas reativações que podem ser com alguma intensidade. Estão dominados, mas carecem ainda de preocupação e acompanhamento no terreno”, disse o comandante nacional André Fernandes.

Em declarações à comunicação social no ponto de situação sobre os incêndios, realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (concelho de Oeiras), André Fernandes atualizou ainda o total de vítimas desde domingo para 166, incluindo cinco mortos, 71 pessoas assistidas (sem necessidade de tratamento hospitalar), 78 feridos ligeiros e 12 feridos graves.

Relativamente a quarta-feira, registou-se um total de 198 incêndios, dos quais 122 diurnos (entre as 08:00 e as 19:59) e 76 noturnos (entre as 20:00 e as 07:59), com 174 a ficarem resolvidos antes dos 90 minutos. Já até às 12:00 de hoje houve 50 ocorrências (22 diurnas e 28 noturnas).

Questionado sobre as razões que podem ter estado na origem das chamas descontroladas destes incêndios nas primeiras horas, o responsável da ANEPC frisou que “as condições meteorológicas propiciam que os incêndios tenham grande dimensão” e que houve um alerta para essa situação desde o início.

“Sobre a origem das ignições, a GNR e a Polícia judiciária irão apurar as causas”, explicou.

André Fernandes indicou também que houve nas últimas 24 horas mais 13 bombeiros feridos ou a precisarem de assistência e assegurou que foram ferimentos ligeiros, sem risco de vida.

Salientou ainda que a contabilização das casas destruídas ainda está a ser efetuada.

Apesar da melhoria das condições climatéricas para o combate às chamas, com a descida da temperatura, a subida da humidade e as previsões de chuva para o final do dia de hoje e amanhã, o comandante nacional avisou que é preciso manter todo o cuidado.

“A população deve estar alerta para as possíveis alterações nas zonas que ainda estão ativas com a rotação de vento e a alteração meteorológica. Pode haver reativação de alguma frente e as frentes podem mudar de sentido. Ainda não é tempo de baixar os braços, ainda temos incêndios ativos e alguns com alguma complexidade. A população deve estar atenta às indicações das autoridades”, observou.

Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.

Registaram-se ainda 161 pessoas feridas até ao momento.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares.

Segundo a ANEPC, às 13:30 de hoje, estavam ativos 18 incêndios, que mobilizavam 1.642 operacionais, 509 meios terrestres e 20 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

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