A plataforma que congrega as estruturas sindicais da PSP e associações da GNR demarca-se destes protestos e da carta.
O diretor nacional da PSP disse hoje que os polícias são responsáveis e têm sentido de missão, mas manifestou preocupação com todas as ações de protestos que possam pôr em causa a segurança das pessoas e de Portugal.
Numa carta anónima dirigida aos elementos das forças de segurança, e que está a circular em grupos das redes sociais de movimentos inorgânicos da PSP e GNR, os polícias prometem regressar aos protestos caso não haja um entendimento com o Governo até 10 de maio, ameaçando boicotar a segurança do Rali de Portugal e voltar a usar baixas fraudulentas.
A plataforma que congrega as estruturas sindicais da PSP e associações da GNR demarca-se destes protestos e da carta, referindo que vão ter início na segunda-feira as negociações no Ministério da Administração Interna para a atribuição de um suplemento de missão, idêntico ao da PJ.
Questionado pelos jornalistas sobre esta carta, o diretor nacional da PSP alegou que desconhece a missiva com duas páginas, sustentando que “tudo o que seja ações que possam pôr em causa a segurança das pessoas e de Portugal” o deixam “naturalmente preocupado”.
Sobre o conteúdo e termos utilizados na carta, José Barros Correia frisou que “não é postura de polícia”.
“Estou convencido que isso não vai acontecer, eu acredito nos homens e nas mulheres que estão da PSP. As pessoas que estão na polícia são responsáveis e naturalmente terão um comportamento adequado”, disse, à margem da cerimónia comemorativa do 17.º aniversário da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O diretor da Polícia de Segurança Pública destacou também “o sentido de responsabilidade e missão que os polícias têm” e referiu que não sente no dia a dia que os elementos da PSP estejam desmotivados.
Sobre as negociações que se vão iniciar na segunda-feira, afirmou que é uma área que lhe transcende, tendo em conta que se trata de uma gestão entre os sindicatos e o MAI, mas manifestou confiança que se encontre “as soluções mais adequadas e possíveis”.
O diretor da PSP já afirmou várias vezes que é necessário valorizar os vencimentos dos polícias e de atribuição do suplemento de missão e hoje voltou a manifestar apoio “pela dignificação dos polícias”.
Questionada pelos jornalistas sobre esta ameaça dos polícias e da carta, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que também esteve presente na cerimónia de aniversário de ANEPC, afirmou que os polícias são responsáveis.
A atribuição de um suplemento de missão aos polícias, idêntico ao que foi atribuído pelo anterior Governo aos elementos da Polícia Judiciária, é a principal reivindicação dos elementos da PSP e da GNR, que protagonizaram vários protestos nos primeiros dois meses do ano.