De acordo com Rita Sá Machado, uma análise preliminar ao registo de óbitos indica “um aumento das causas por doença respiratória”, habitual nesta altura do ano.
A diretora-geral da saúde admitiu hoje alargar a vacinação para a gripe a uma faixa etária inferior à dos 50-59 anos, face à disponibilidade de vacinas após a vacinação do grupo prioritário, com mais de 60 anos.
Rita Sá Machado falava aos jornalistas numa farmácia, em Lisboa, onde se deslocou para se vacinar contra a covid-19.
Questionada sobre a elevada mortalidade, a diretora-geral afirmou: “Atualmente temos um aumento da incidência do vírus da gripe, algo que já estamos acostumados também a ver todos os anos, e temos também outros fatores que podem ser associados, mas essa análise está a ser feita neste momento e também irá ser feita mais para o final daquilo que é a campanha de vacinação”.
De acordo com Rita Sá Machado, uma análise preliminar ao registo de óbitos indica “um aumento das causas por doença respiratória”, habitual nesta altura do ano.
“Sabemos que a mortalidade não é explicada apenas por um fator, portanto não podemos dizer que o excesso de gripe – o facto de termos um aumento da incidência da gripe – vai explicar o excesso de mortalidade, mas esse estudo já está a ser feito. No final da campanha de vacinação voltaremos a dar um estudo mais aprofundado”, disse.
Rita Sá Machado considerou importante tornar pública a sua vacinação contra a covid-19, para que a população perceba que “as vacinas são seguras” e que devem ser aplicadas.
A idade elegível para as vacinas da gripe poderá baixar para os 45 anos. Porém, a diretora geral ressalvou que a atual prioridade continua ser a vacinação dos cidadãos com 60 ou mais anos.
“Face àquilo que foi a nossa disponibilidade das vacinas conseguimos alargar para a gripe aos 50 — 59 anos. Se mantivermos esta disponibilidade de vacinas, vamos equacionar um provável alargamento, sem descuidar nunca aquilo que são as nossas prioridades vacinais”, reiterou.
“Estamos a ponderar, estamos fazer esta avaliação semanal de ponderar o alargamento, o alargamento não é algo tácito. Portanto, não está definido, mas estamos a ponderar e estamos a equacionar todas as semanas e vemos se será ou não feito esse alargamento, no caso da gripe”, acrescentou.
Relativamente ao uso obrigatório de máscaras para prevenir o contágio, Rita Sá Machado alegou que a Direção Geral da Saúde (DGS) tem normas em vigor e que, “mediante alguns alertas sobre o estado epidemiológico local”, os serviços de saúde podem – e têm “autonomia para o fazer” – determinar a utilização ou não.
“Face àquilo que era um aumento da incidência do vírus da gripe sazonal e também um aumento da própria incidência de covid-19, fizemos essa recomendação da utilização de máscara para pessoas com sintomatologia por vírus respiratórios e fizemos também essa recomendação naquilo que são os profissionais que estão na primeira linha a fazerem essa avaliação de todos estes doentes”, declarou.
A delegação europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje para o aumento de casos de gripe nas últimas semanas em vários países e para a pressão nos hospitais, que poderá aumentar.