Desaconselhados banhos em praia do Porto devido a descarga poluente após incêndio

Os banhos e a pesca lúdica foram hoje proibidos por precaução entre o cais de cimentos e a foz do Douro devido à descarga de materiais poluentes na ribeira da Granja provocada pelo incêndio no grupo Nors.

Julho 30, 2024

A praia das Pastoras, junto ao jardim do Passeio Alegre, no Porto, está desaconselhada a banhos e com bandeira vermelha devido à descarga de materiais poluentes na ribeira da Granja provocada pelo incêndio no grupo Nors, foi hoje revelado.

Em comunicado, a Águas e Energia do Porto avança que na sequência do incidente, a Autoridade Marítima levantou, por precaução, a bandeira vermelha na praia das Pastoras.

Contactado pela Lusa, o capitão do Porto e comandante local da Polícia Marítima do Douro e Leixões, Silva Lampreia, afirmou que “parte da descarga poluente conseguiu escapar” às barreiras de contenção e meios de sucção, pelo que “algumas manchas” dispersaram para o mar.

Segundo o comandante, a maré avança para sul, pelo que, as manchas de poluentes podem aparecer noutras praias a sul do Porto, ou seja, do lado de Vila Nova de Gaia.

Por precaução, as autoridades estão a levantar a bandeira vermelha, que proíbe a ida a banhos, por também “desconhecerem o verdadeiro impacto destes poluentes”.

Os banhos e a pesca lúdica foram hoje proibidos por precaução entre o cais de cimentos e a foz do Douro devido à descarga de materiais poluentes na ribeira da Granja provocada pelo incêndio no grupo Nors.

“Foi publicado um edital que proíbe os banhos e a pesca lúdica em toda a extensão, desde o cais de cimentos [perto do restaurante Casa d”Oro] até à foz do rio Douro por precaução”, afirmou hoje o capitão do Porto aos jornalistas no Largo do Calem, onde decorrem os trabalhos de limpeza das águas.

A proibição abrange uma extensão de cerca de 2,7 quilómetros.

A Câmara do Porto está a tentar minimizar os efeitos da descarga de materiais poluentes na foz da ribeira da Granja e consequentemente no rio Douro, estimando concluir os trabalhos de limpeza na quarta-feira.

Também aos jornalistas, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, esclareceu que o impacto está contido na foz da ribeira da Granja, onde barreiras de contenção e meios de sucção estão a evitar que a descarga poluente chegue ao rio Douro.

“Para já, a situação está contida”, afirmou o vice-presidente, acrescentando que até ao momento foram retirados 35 metros cúbicos de materiais poluentes das águas.

No terreno estão equipas de várias entidades, como a Águas e Energia do Porto, capitania dos portos do Douro e Leixões e a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Na segunda-feira, o incêndio que deflagrou no complexo do grupo Nors chegou a mobilizar para o local mais de 100 operacionais, apoiados por 45 veículos das três corporações do município do Porto, de Matosinhos, Maia, Pedrouços e Areosa — Rio Tinto.

O alerta para o fogo foi dado pelas 13:38 e dado como “completamente extinto” pelas 18:30.

O incêndio destruiu as instalações da Auto Sueco Portugal, da Aftermarket Portugal e da Amplitude Seguros, empresas do grupo Nors.

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