Costa e von der Leyen assinalam três anos de guerra com viagem a Kiev

Paulo Rangel adverte EUA que UE tem uma palavra a dizer nas negociações de paz.

Fevereiro 24, 2025

A Ucrânia assinala hoje o terceiro aniversário do início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais ainda por fazer.

Três anos depois de as sirenes terem soado pela primeira vez em Kiev e um pouco por todo o país, os ucranianos têm dúvidas sobre a continuidade do apoio dos aliados.

Em causa, sobretudo, está o apoio dos Estados Unidos, cujo novo Presidente, Donald Trump, quer trocar a paz por minerais da Ucrânia, culpa os ucranianos pela guerra e chama ditador a Volodymyr Zelensky.

Depois de terem enfrentado o exército russo ao longo destes três anos, os ucranianos terão agora de lidar também com uma nova realidade geopolítica que parece favorecer a Rússia, o país que os invadiu por achar que não têm o direito de existir como nação.

Os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão em Kiev para assinalar o terceiro aniversário da invasão e reafirmar apoio a Zelensky e ao povo ucraniano.

Paulo Rangel adverte EUA que UE tem uma palavra a dizer nas negociações de paz

O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu hoje que a União Europeia (UE) “tem uma palavra a dizer” em quaisquer negociações para um cessar-fogo e um acordo na Ucrânia, admitindo que só assim pode ser uma “paz justa”.

“A UE e outros países europeus têm uma palavra a dizer no plano negocial”, disse Paulo Rangel, à entrada para uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco comunitário, em Bruxelas, capital da Bélgica e onde estão localizadas as principais instituições da União Europeia.

O governante português acrescentou que no plano que seja esboçado para um cessar-fogo e um eventual acordo de paz, estão incluídas as “garantias de segurança dos países europeus” e também um “esforço financeiro enorme” na reconstrução do país invadido pela Ucrânia há precisamente três anos.

“Isso não é possível, nem faz sentido, sem envolver a UE”, sustentou Paulo Rangel.

Os ministros com a pasta da diplomacia da UE reúnem-se hoje em Bruxelas para discutir, entre outros temas, o conflito na Ucrânia, três anos depois de a Rússia iniciar uma invasão que culminou na ocupação de porções significativas das regiões do Donetsk e de Lugansk (a península da Crimeia foi invadida em 2014).

Em causa, na reunião de hoje, estão também as negociações preliminares com a Rússia feitas pelos Estados Unidos da América (EUA), que excluíram a Ucrânia e a União Europeia.

Os países do bloco comunitário criticaram a decisão da administração do Presidente dos EUA, Donald Trump, que teceu críticas ao modo como a UE apoiou a Ucrânia e ao próprio Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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