Corte da Via Panorâmica anunciado pela Metro do Porto não foi autorizado pela autarquia

A Câmara do Porto refere que a autorização para o condicionamento “ainda se encontra em apreciação pelos serviços municipais da Mobilidade”.

Outubro 18, 2024

A Câmara do Porto revelou hoje que não autorizou o condicionamento da Via Panorâmica no âmbito das obras da Linha Rubi da Metro do Porto, falando também em datas diferentes de entrada em vigor face às anunciadas pela transportadora.

Num comunicado hoje enviado, a autarquia liderada pelo independente Rui Moreira refere que o requerimento da Metro do Porto, para o condicionamento da via, “deu entrada nos serviços municipais apenas ontem, quinta-feira”.

Em causa está o anúncio, pela transportadora, de que a Via Panorâmica estaria condicionada durante dois meses a partir da próxima quarta-feira (23 de outubro), sendo os movimentos rodoviários e pedonais “assegurados por uma nova via provisória que vai funcionar enquanto desvio alternativo para automóveis e peões”.

Porém, no comunicado de hoje, a Câmara do Porto refere que a autorização para o condicionamento “ainda se encontra em apreciação pelos serviços municipais da Mobilidade, considerando o forte impacto que terá nos acessos ao Porto, pela Ponte da Arrábida, e nos acessos ao Campus Universitário do Campo Alegre”.

Além disso, a autarquia refere que, no requerimento recebido, “a Metro do Porto solicita o condicionamento de trânsito na Via Panorâmica a partir do dia 31 de outubro, e não a partir do dia 23 de outubro, como veiculado nos meios de comunicação social”.

Segundo a autarquia, o comunicado da Metro “não corresponde à verdade”.

O requerimento em causa “diz respeito à autorização para explosões, nos dias úteis, às 7 e às 15 horas da tarde, com duração estimada de 30 minutos por cada pega de fogo, e por um período estimado de 60 dias”.

No comunicado enviado quinta-feira pela Metro do Porto, a transportadora falava num condicionamento “fundamental para a execução de desvios de infraestruturas profundas de redes de abastecimentos, que irão permitir construir a ligação sul à nova estação da Linha Rubi” no Campo Alegre.

A Câmara do Porto refere hoje que o condicionamento “implica um estrangulamento da Via Panorâmica numa extensão aproximada de 500 metros, resultando numa interrupção dos dois acessos ao túnel do Campo Alegre, entrada pela Praça da Galiza e pelo Bom Sucesso”.

Na comunicação da Metro do Porto, não há qualquer referência a interrupções nos acessos ao túnel do Campo Alegre.

Segundo o mapa constante do comunicado de quinta-feira da Metro do Porto, o desvio a implementar será instalado a ocidente da atual ligação entre as duas faculdades, por cima do antigo descampado utilizado como parque de estacionamento informal.

Segundo o mapa, tal como sucede atualmente, permitirá, num sentido, o acesso à Rua do Campo Alegre e, no sentido inverso, o acesso à faculdade de Arquitetura para quem circule vindo da Ponte da Arrábida.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu a necessidade da Metro do Porto “não mentir” aos munícipes relativamente aos atrasos nas frentes de obra, dizendo que a empresa pública “tem uma responsabilidade acrescida”.

“Não podemos contribuir para a degradação da imagem da Metro, mas não podemos ficar sentados à espera. Temos de procurar a justa medida e a justa medida é dizermos “não mintam aos portuenses””, afirmou Rui Moreira, durante a reunião do executivo municipal.

O valor global de investimento da Linha Rubi (Casa da Música-Santo Ovídio, incluindo nova ponte sobre o rio Douro) é de 435 milhões de euros, um investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Linha Rubi, com 6,4 quilómetros e oito estações, inclui uma nova travessia sobre o Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha, que será exclusivamente reservada ao metro e à circulação pedonal e de bicicletas.

Em Gaia, as estações previstas para a Linha Rubi são Santo Ovídio, Soares dos Reis, Devesas, Rotunda, Candal e Arrábida, e, no Porto, Campo Alegre e Casa da Música.

A empreitada tem de estar concluída até ao final de 2026.

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