Pedro Nuno Santos reconheceu que o PS, quando estava no Governo, também atribuiu um suplemento extraordinário a pensionistas, mas fê-lo “num contexto inflacionário” para dar maior poder de compra aos mais velhos.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, criticou o anúncio pelo primeiro-ministro na quarta-feira, da atribuição de um complemento extraordinário de pensões em outubro, classificando-o como “eleitoralista”.
Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas à chegada à Feira Medieval de Silves, no distrito de Faro, e desvalorizou também a criação de passes ferroviários anunciada por Luís Montenegro na Festa do Pontal, que marcou na quarta-feira a “rentrée” do PSD, em Quarteira, no distrito de Loulé, considerando que “não há grande novidade” numa medida que “já estava aprovada no Orçamento do Estado para 2024 e carecia era de implementação”.
O líder do PS criticou Luís Montenegro e o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, por terem vindo a dizer que “a situação orçamental que herdaram não era tão boa como se dizia”, mas salientou que a situação financeira deixada pelo PS “permitiu ao primeiro-ministro chegar a 14 de agosto e dizer que, em outubro, vai haver um complemento adicional para os mais velhos”.
“Quisesse este Governo resolver problemas estruturais dos mais velhos em Portugal, o aumento de pensões era permanente, isto não é um aumento de pensões, isto é um suplemento que se repete apenas num mês e não tem repetição nos outros meses”, argumentou.
Pedro Nuno Santos reconheceu que o PS, quando estava no Governo, também atribuiu um suplemento extraordinário a pensionistas, mas fê-lo “num contexto inflacionário” para dar maior poder de compra aos mais velhos.
“Para lá da lei de atualização de pensões, o PS fez seis aumentos permanentes nas pensões, fez esse suplemento extraordinário uma vez, num contexto inflacionário que não existe hoje e portanto eu também retiro desta medida uma conclusão, o Governo quer, está convencido de que precisa de ter umas eleições antecipadas, é a única razão para esta medida”, criticou.
Pedro Nuno Santos disse que, caso o PSD e o Governo quisessem resolver o problema estrutural dos mais velhos, no que diz respeito aos rendimentos, porque as pensões ainda são baixas, então faziam um aumento permanente”.
“Isto não é um aumento permanente, é um aumento que tem outro objetivo, que é um objetivo eleitoral, como é evidente”, reiterou.