“Elo” é um projeto desenhado pelo serviço educativo do Coliseu, com apoio dos Clérigos, e assenta em três eixos: teatro, dança e música.
O projeto social e inclusivo “Elo” arranca este mês e vai juntar o Coliseu do Porto e a Irmandade dos Clérigos com o objetivo de unir “cultura e educação” através do teatro, dança e música.
“Chama-se Elo. Todos conhecem a palavra. É uma pequena parte de uma corrente, sendo que aqui ele tem um duplo sentido. Por um lado, é um elo entre as duas instituições e, por outro, é um elo entre as instituições e um conjunto enorme de pessoas e associações”, explicou Filipa Godinho, diretora do serviço educativo do Coliseu do Porto, durante a conferência de imprensa para apresentar o projeto.
“Elo” é um projeto desenhado pelo serviço educativo do Coliseu, com apoio dos Clérigos, e assenta em três eixos: teatro, dança e música.
“Elo” arranca este mês e termina a 18 de junho de 2024, com a apresentação, no palco do Coliseu, de um espetáculo criado a partir desses noves meses de trabalho e que vai envolver cerca de duas mil pessoas, designadamente crianças e jovens de instituições sociais, idosos, pessoas com deficiência, presidiários e guardas prisionais, entre outros.
No teatro, o trabalho vai ser orientado pelos atores Pedro Lamares e Carolina Rocha que vão trabalhar com um grupo de 15 jovens de instituições sociais da cidade do Porto.
Na dança prevê-se que seja criado um grupo de dança inclusiva com 16 participantes, orientados pela bailarina e professora Eliana Campos.
O eixo da música vai ser trabalhado com 40 pessoas do Estabelecimento Prisional do Porto, em Custóias, e do Agrupamento de Escolas Pero Vaz de Caminha, orientados pelo músico António Serginho.
O objetivo é aprender a “produzir música recorrendo aos seus talentos e vontades, ora através do corpo, ora de instrumentos musicais e voz”, lê-se no dossiê de imprensa.
“Com o Elo, o Coliseu e os Clérigos pretendem criar lugar e tempo para a experiência e fruição artísticas, num programa inclusivo […], de modo a possibilitar, maioritariamente, a participação de pessoas que não têm proximidade às artes e menos ainda ao lugar do artista. Aqui todos terão oportunidade de ser artistas, cada um através do seu modo singular de ser, estar, sentir, fazer, existir”, refere a organização.
Para o presidente da Associação Amigos do Coliseu do Porto, Miguel Guedes, a união entre as instituições é absolutamente fundamental para desenvolver a cidade e, depois de conhecer o padre Manuel Fernando, teve a “clara ideia” de que se poderiam fazer “coisas bonitas”, mostrando-se convencido que o “Elo” não é um projeto de um só ano, mas antes o arranque de “muita coisa que vai fazer caminho”.
O presidente da Irmandade dos Clérigos, o padre Manuel Fernando, declarou, por seu turno que está no ADN da instituição “o sentido do apoio aos pobres”.
“Nós acreditamos que justamente os Clérigos e o Coliseu, entidades completamente distintas e com estilos e objetivos completamente distintos, conseguem criar uma parceria tendo o mesmo objetivo”, afiançou, referindo que o que os Clérigos pretendem com o projeto “Elo” é dar a dar “início a uma relação de comunhão comum”.
A primeira fase do projeto “Elo” vai abrir tanto o Coliseu como a Torre dos Clérigos a 20 visitas orientadas para as quais vão ser convidados 240 adultos e seniores que integrem várias associações sociais da cidade.
Ao longo das visitas, os educadores do Coliseu vão ouvir e recolher 20 histórias e memórias vividas naqueles dois espaços do Porto.
O ponto de partida para a primeira história é dado pelo músico e compositor Pedro Abrunhosa que será o primeiro “doador simbólico de histórias de “Elo”, partilhando uma memória especial vivida no Coliseu em 1996, quando se algemou nas grades para que a instituição não fosse vendida a privados, e outra nos Clérigos quando era jovem e levava a namorada ao cimo da torre para apreciar a cidade”.