Obra estava dispersa por um número indeterminado de originais escritos ao longo dos anos.
“Vemo-nos em agosto”, romance inédito de Gabriel García Márquez, chega hoje às livrarias de todo o mundo, vinte anos após a publicação do último romance do escritor colombiano, “Memória de minhas putas tristes” (2004), e dez após a sua morte (1927-2014).
Segundo a Fundación Gabo, “Vemo-nos em agosto” poderia ter sido editado antes da morte do Nobel da Literatura, mas o romance ficou arquivado, até que os filhos do escritor e o seu editor concluíram que se impunha a edição póstuma da obra.
A chegada ao grande público coincide com a data de aniversário de García Márquez, 06 de março. A primeira revelação da existência deste romance foi feita em 18 de março de 1999, quando García Márquez participava numa sessão de leitura de contos na Casa da América, em Madrid, ao lado de vários outros escritores, entre os quais José Saramago.
“Vemo-nos em agosto” reúne cinco relatos que podem ser vistos como histórias autónomas embora, em conjunto, tomem por protagonista, Ana Magdalena Bach, uma mulher casada, com dois filhos e uma vida estável, que todos os anos viaja na mesma altura até à ilha onde a mãe está sepultada, para visitar e depositar flores no seu túmulo.
Todos os anos, hospeda-se num hotel e à noite desce para comer algo no bar e observar os homens, até que se torna rotina na sua vida, todos os anos, em agosto, na altura da visita ao túmulo da mãe, arranjar um novo amante, revela a editora, descrevendo o romance como “um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino.”