Na sexta-feira, entra em operação a nova rede metropolitana de autocarros UNIR, que para as linhas vindas do sul do Douro, no Porto, tem término designado no terminal das Camélias, junto à Praça da Batalha.
Um responsável da Câmara do Porto admitiu hoje à Lusa que podem existir “alguns constrangimentos” com o arranque da nova rede de autocarros UNIR no terminal das Camélias, estando ainda a aguardar as matrículas dos operadores.
“Temos de estar preparados para isso, e como é óbvio podem surgir alguns constrangimentos, até do ponto de vista de mobilidade e escoamento de tráfego. Temos de arranjar uma solução que mitigue esta situação”, disse à Lusa André Brochado, adjunto do presidente da Câmara, Rui Moreira, para a área dos transportes.
Na raiz da possibilidade de constrangimentos está a falta de registos de matrículas do novo operador, a Transportes Beira Douro, cuja fonte oficial, contactada pela Lusa, afirmou que a prioridade, neste momento, é atribuir a cada serviço um motorista e um autocarro, e só depois “comunicar a terceiros”.
“Tem de haver uma atualização das matrículas, nós precisamos de saber efetivamente que veículos é que vão para o terminal. Este processo ainda não foi feito”, lamentou o responsável da Câmara do Porto.
Na sexta-feira, entra em operação a nova rede metropolitana de autocarros UNIR, que para as linhas vindas do sul do Douro, no Porto, tem término designado no terminal das Camélias, junto à Praça da Batalha.
André Brochado garante que existe, da parte da Câmara do Porto, “vontade de que as coisas corram bem”, mas os serviços da autarquia não vão “facilitar”, mas sim, “estar atentos”.
“O que é certo é que se toda a envolvente à área do terminal começar a ficar impactada, temos de reagir rapidamente no sentido de escoar o tráfego, e depois alguém terá que assumir essa responsabilidade pelo impacto que será gerado”, disse à Lusa.
O espírito da autarquia é que “o plano que foi definido do ponto de vista de promoção de mobilidade, e o plano estratégico da STCP, seja mantido”, no sentido de manter a exclusividade do operador público municipal dentro dos limites do concelho.
“Nós confiamos o serviço urbano à STCP, temos um plano estratégico no que diz respeito à promoção da mobilidade sustentável e a STCP é o nosso braço armado, e não vamos abrir mão disso”, vincou.
A Câmara do Porto calculou também num máximo de 40 mil euros anuais as taxas de toque (tomada e largada de passageiros) nas Camélias, ao contrário dos valores hoje adiantados pelo presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, ao jornal Público, que rondavam os 700 mil euros, ou até 250 mil com alterações feitas à rede depois da extensão do Metro do Porto até Vila d”Este, em Gaia, abrir ao serviço comercial.
Quanto a mais adaptações feitas dentro do município do Porto para o arranque da rede UNIR, André Brochado disse que estão a ser feitas “algumas modificações para garantir mais conforto e melhorar a mobilidade” no terminal de Campanhã que atualmente é utilizado pela Gondomarense.
“No que diz respeito às marcas rodoviárias, esta semana se tudo correr bem pintaremos essas marcas”, garantiu o responsável, assegurando também que “os postaletes e as bandeiras dos autocarros” nas paragens “estarão colocados e estarão visíveis para que o término das linhas aconteça da melhor forma”.
Já no terminal do Bom Sucesso, devido às obras da Metro do Porto, será criada uma “paragem intermédia” de caráter provisório, já que neste momento só há “um cais disponível, que neste momento está completamente absorvido pela STCP”.
“No [terminal do Estádio do] Dragão o assunto está tratado, os abrigos estão colocados, no polo intermodal da Asprela também, Casa da Música também”, disse.