O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses disse, à saída de uma reunião com a Direção Executiva do SNS e o INEM, esperar que as situações criticas estejam resolvidas até à Páscoa.
Os bombeiros decidiram hoje adiar novamente a cobrança de taxas aos hospitais pela retenção das macas nas urgências e mostraram-se esperançados de as situações críticas estarem resolvidas até à Páscoa, disse o presidente da Liga de Bombeiros Portugueses.
Em declarações aos jornalistas, à saída de uma reunião com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e o INEM, no Porto, António Nunes elencou uma série de datas de próximas reuniões com vários responsáveis da área da urgência hospitalar e usou a palavra “compromisso” para resumir um encontro que demorou cerca de três horas.
“Houve essa suspensão [de cobrança de taxas] porque houve um acordo entre os três. O que queremos é que o doente seja bem tratado (…). Há um compromisso de mobilizarmos um maior número de ambulâncias, de haver um melhor relacionamento da Saúde24 connosco, de aumentar as comunicações e a DE-SNS vai organizar as urgências (…). Temos um compromisso de até à Páscoa todos os problemas estejam resolvidos”, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
As próximas reuniões já agendadas são a 02 de fevereiro com o INEM, a 26 de fevereiro com a DE-SNS e a 27 de março com ambos (DE-SNS e INEM).
A reunião de hoje reunião acontece depois de uma primeira que a LBP teve com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, também no Porto, no dia 09.
Nessa data, em declarações aos jornalistas, António Nunes anunciou a realização desta segunda reunião que incluiria o INEM e adiou a cobrança de taxas aos hospitais pela retenção das macas nas urgências, mostrando-se esperançado em encontrar uma solução “estrutural”.
A LPB aprovou no dia 08 a aplicação de taxas aos hospitais pela retenção das macas de ambulâncias nas urgências.
Os valores variavam conforme as horas de retenção: por cada duas horas após a primeira hora seriam aplicados 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas.
No mesmo dia, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou incompreensível que os hospitais não encontrem um sistema para evitar a retenção de macas dos bombeiros.
Hoje, à entrada para a reunião, António Nunes falou aos jornalistas e recordou que uma das medidas aprovadas pelos bombeiros desde março do ano passado, mas que nunca foi executada, era o não retirar doentes com alta dos hospitais.
“No dia em que fizermos isso, no dia seguinte fica tudo resolvido”, disse António Nunes.
Já na semana passada, o presidente da LBP deu exemplos de situações complicadas de retenção de macas e ambulâncias, nomadamente uma em Coimbra em que os bombeiros ficaram 22 horas à porta de um hospital.
Já no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), uma corporação da região ficou com sete ambulâncias retidas à porta do hospital.
A nível nacional, as corporações de bombeiros têm 450 ambulâncias disponíveis para o serviço pré-hospitalar.