Há três anos, em Tóquio2020, Biles abdicou de várias provas por razões de saúde mental.
A norte-americana Simone Biles considerou que o título olímpico do concurso completo de ginástica artística dos Jogos Paris2024 “significa o mundo”, depois dos problemas de saúde mental que a afetarem em Tóquio2020, e deixou elogios à concorrência.
“Pessoalmente, esta noite significa o mundo para mim e é uma loucura”, disse a ginasta, que repetiu o ouro do “all-around” individual que tinha conquistado no Rio2016 e que já soma nove medalhas olímpicas, seis delas de ouro.
Na Arena Bercy, Simone Biles totalizou 59,131, terminando o “all-around” à frente da brasileira Rebeca Andrade (57,932), que repetiu a prata conseguida em Tóquio2020, e da sua compatriota Sunisa Lee (56,465), que defendia o título olímpico, com a portuguesa Filipa Martins a terminar na 20.ª posição.
“Nunca pensei voltar a pôr os pés na pista de ginástica por causa de tudo o que tinha acontecido. Mas, com a ajuda dos treinadores Cecile e Laurent Landi, voltei ao ginásio e trabalhei muito, mental e fisicamente”, explicou.
Há três anos, em Tóquio2020, Biles abdicou de várias provas por razões de saúde mental, trazendo o tema para a discussão, numa luta que considerou tão difícil e talvez até pior do que qualquer lesão física.
“Quando cheguei a Tóquio, estava tão nervosa com a possibilidade de me lesionar fisicamente que negligenciei a minha saúde mental. Por isso, pus isso em segundo plano e depois lesionei-me, só que foi uma lesão mental. E acho que foi quase mais difícil do que a saúde física”, salientou.
A ginasta explica que vai “religiosamente” à terapia e que tem apoio sempre que precisa e participa em grandes competições, como nos Jogos, mostrando-se orgulhosa no seu percurso e crescimento.
Biles deixou ainda elogios às adversárias, entre elas à brasileira Rebeca Andrade, que conseguiu a prata.
“Não quero mais competir com a Rebeca, estou cansada. Ela fica muito próxima, nunca tive uma atleta tão próxima de mim. Ela traz a melhor atleta em mim. Estou animada e orgulhosa de competir com ela, mas não quero mais. Não gosto desse sentimento, estava nervosa”, disse a norte-americana entre sorrisos, com a brasileira na sala a ouvir.