BE pede reabilitação urgente de edifício do Exército no Porto para habitação estudantil 

José Soeiro recorda que em setembro de 2019 foi divulgado pelo Governo uma lista de edifícios que estavam vazios e que pertenciam ao Ministério da Defesa (Exército), na Lei da programação militar, e que o Ministério da Defesa pretendia rentabilizar.

Setembro 23, 2024

O deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro apelou hoje ao Governo “urgência absoluta” na reabilitação do edifício do Exército na Rua da Boavista do Porto abandonado, dando resposta habitacional e alojamento estudantil a centenas de pessoas.

Foi com uma faixa vermelha onde se podia ler “Aqui podia morar gente”, colocada à frente do antigo edifício das antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento (OGFE), junto à Praça da República, que o deputado parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), José Soeiro, e outros elementos do partido, alertaram para a urgência em reabilitar um edifício abandonado que é “Património do Estado” e que serviria para construir uma resposta à carência de habitação e alojamento estudantil na cidade do Porto.

“É preciso começar rapidamente a reabilitar este edifício e a construir resposta habitacional e de alojamento estudantil para a cidade do Porto”, declarou à Lusa José Soeiro, lamentando que o edifício das antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento do exército está no centro da cidade do Porto, junto à Praça da República, mas “está vazio”.

José Soeiro recorda que em setembro de 2019 foi divulgado pelo Governo uma lista de edifícios que estavam vazios e que pertenciam ao Ministério da Defesa (Exército), na Lei da programação militar, e que o Ministério da Defesa pretendia rentabilizar.

“Na altura identificámos [BE] uma série de edifícios que poderiam ser transferidos do Ministério da Defesa para o Ministério da Habitação. Propusemos isso no parlamento e conseguimos que quatro edifícios aqui do Porto, que estavam no Ministério da Defesa fossem transferidos para o Ministério da Habitação para ser convertido em habitação pública e este [edifício das antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento] era um deles”, recordou o deputado.

Os outros três edifícios estão localizados na Avenida de França, em frente à Estação de Metro da Casa da Música, e dois em Lordelo.

Dos quatro edifícios elencados pelo deputado José Soeiro, apenas três foram efetivamente transferidos em 2021 para o Ministério da Habitação, com a assinatura de um protocolo, e o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IRHU) está a desenvolver os projetos para habitação pública, apesar de “estarem muito atrasados”, avançou o deputado bloquista.

O edifício das antigas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento é, todavia, o único que ainda não foi transferido para o Ministério da Habitação, explicou José Soeiro.

“Curiosamente, este era o único edifício que iria ser uma parceria entre o IRHU e a Câmara Municipal do Porto. Os outros ficaram à responsabilidade do IRHU e este era uma parceria entre o IHRU e a Câmara Municipal do Porto”, disse.

O deputado afirma que os edifícios estão identificados desde 2019 e que, no final de 2019, o BE conseguiu aprovar na Assembleia da República a sua transferência do Ministério da Defesa para o Ministério da Habitação e que, em 2021, foram transferidos para a Habitação.

“Ainda estamos à espera de ver os efeitos das obras. O que foi anunciado é que os projetos estão em desenvolvimento para os outros [três] edifícios e este está aqui completamente vazio há anos. É um edifício enorme, que poderia dar uma resposta para centenas de pessoas no centro da cidade e nunca mais acontece nada”, referiu.

Neste momento, da parte da autarquia, o que respondem é que a Câmara do Porto “ainda não foi contactada pelo IHRU no sentido de materializar a parceria em relação à qual tinha manifestado interesse”, explicou José Soeiro.

Para Soeiro, este Governo “não está a fazer nada” para controlar a procura e conseguir que não haja tantas casas desviadas para fins não habitacionais” e também “não está a fazer nada” relativamente aos edifícios vazios.

“É um apelo de urgência absoluta para que este edifício. (…). É preciso começar rapidamente a reabilitar este edifício e a construir resposta habitacional e de alojamento estudantil para a cidade do Porto”.

A Lusa contactou a Câmara do Porto para saber como estava o processo da parceria com o IRHU, mas até ao momento não obteve resposta.

Na academia do Porto entraram neste ano letivo 2024-2025 cerca de 80 mil estudantes, dos quais 24 mil alunos são deslocados e, desses, estima-se que metade estejam em quartos do chamando “mercado paralelo”, denunciou recentemente a Federação Académica do Porto.

Há 24 mil estudantes deslocados na academia do Porto e há 1.600 camas nas residências públicas.

Partilhar

Pub

Outras notícias