Anteriormente a ministra da Administração Interna esteve reunida com os seis sindicatos da PSP, que também saíram desagradados com a proposta apresentada, considerando “o valor muito baixo”.
A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou na quinta-feira que o aumento de 180 euros proposto pelo Governo “é um valor muito baixo” e relembrou que “os polícias e guardas estão saturados”.
“Houve um melhoramento no modelo, mas o valor é baixo, 180 euros acima daquilo que já existia não faz justiça ao que foi atribuído aos elementos da Polícia Judiciária”, disse aos jornalistas o presidente da APG, César Nogueira, no final da reunião com a ministra da Administração Interna.
As associações da GNR e sindicatos da PSP saíram novamente desagradados da reunião com Margarida Blasco, que já apresentou a estas estruturas três propostas, mas todas “muito aquém do valor” que os polícias defendem.
O Governo apresentou na quinta-feira uma nova proposta aos sindicatos da PSP e associações da GNR, que passa por alterar o suplemento que já existe na vertente fixa de 100 para 280 euros, um aumento de 180 euros, e manter a vertente variável de 20% do ordenado base.
César Nojeira considerou que o Governo “ainda pode aumentar” o valor, mas acredita que “não há muita mais margem de manobra”.
Segundo o presidente da APG, a ministra afirmou várias vezes que “não há condições orçamentais” para chegar este ano ao suplemento que os polícias reivindicam.
“Na próxima reunião esperamos que haja pelo menos uma luz de aumentar o valor para se aproximar das pretensões dos profissionais”, disse.
A próxima reunião com a ministra acontece a 03 de junho e na segunda-feira a plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR, da qual a APG faz parte, tem um encontro para definir o que vão fazer no futuro.
César Nogueira disse que a realização de protestos “está sempre em cima da mesa: “Se não for apresentada uma proposta que não vá ao encontro das pretensões dos profissionais, só temos uma forma de protesto que é na rua, não podemos fazer greve”.
O presidente da APG afirmou ainda que está em causa não só o valor, mas também a retroatividade e se vai abranger os elementos que estão na pré-aposentação.
Para já César Nogueira descarta a possibilidade de abandonar as negociações, sublinhando que “não estar presente é bater com a porta e bater com porta é uma irresponsabilidade”
A plataforma propõe que os atuais 100 euros pagos aos polícias no suplemento sejam substituídos por uma componente fixa de 712,96 euros, o que se traduziria num aumento efetivo de cerca de 600 euros, além dos 20% do salário.
“Tudo que o seja menos do que isso é injusto”, disse ainda, defendendo que este valor pode ser dado de uma forma faseada.
Anteriormente a ministra da Administração Interna esteve reunida com os seis sindicatos da PSP, que também saíram desagradados com a proposta apresentada, considerando “o valor muito baixo” e o Sindicato Nacional da Polícia a ameaçar abandonar as negociações.
Atualmente o suplemento por serviço e risco nas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.