O programa, aprovado na sessão que decorreu na segunda-feira à noite, prevê investimentos públicos e privados nas áreas do ambiente, mobilidade, equipamentos, infraestruturas e espaço público.
A Assembleia Municipal do Porto aprovou, com a abstenção da CDU, o Programa Estratégico de Reabilitação Urbana a desenvolver nos próximos 10 anos em Azevedo Campanhã, na zona oriental da cidade.
O programa, aprovado na sessão que decorreu na segunda-feira à noite, prevê investimentos públicos e privados nas áreas do ambiente, mobilidade, equipamentos, infraestruturas e espaço público.
Pela CDU, o deputado Rui Sá considerou positiva a ORU de Azevedo, mas disse ter dúvidas com algumas das opções apresentadas no programa, como a criação de apenas uma estação para acomodar a nova linha do metro que ligará o centro de Gondomar (Souto) à estação do Dragão.
“Acreditamos que deveria ser ponderada uma outra estação”, referiu, dizendo, no entanto, concordar com a construção de um conjunto de equipamentos e alguns reperfilamentos de vias.
Ainda sem programação definida, a nova linha do metro prevê a criação das estações de Hospital e Lagoa, em Gondomar, e uma estação junto ao bairro do Lagarteiro, perto da entrada do parque Oriental, no Porto.
Em resposta ao deputado, o presidente da câmara, Rui Moreira, assumiu estar também preocupado com a futura linha de metro Souto – Dragão e com o “enorme impacto” que esta pode vir a ter naquela zona e no parque Oriental.
“A inserção da linha tem de ser feita com muito cuidado. Esperámos não ser convidados para ver o produto concluído, mas sermos ouvidos”, referiu, apelando ao empenho da Assembleia Municipal, que recentemente criou uma comissão para acompanhar as empreitadas da Metro do Porto e Infraestruturas de Portugal (IP) na cidade.
Já o socialista Alfredo Fontinha disse esperar que o programa estratégico “se concretize o mais rapidamente possível”, defendendo que Azevedo de Campanhã “é um lugar recôndito da cidade” que “os portuenses mal conhecem”.
“Nos últimos 20 anos, há o parque oriental da cidade que está em desenvolvimento, mas não houve mais nada”, referiu.
Contrariando as afirmações do PS, o presidente da câmara deu exemplos de alguns dos investimentos feitos pelo município, como na Travessa da Levada, e a ação levada a cabo para impedir o encerramento do centro de saúde, cuja reabilitação vai ser financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Podemos olhar ao que ainda não foi feito, mas prefiro pensar no que foi feito”, referiu.
Pelo BE, a deputada Elisabete Carvalho destacou algumas das intervenções previstas no programa, como novas vias de acesso, o centro de saúde e as operações para as margens do rio Torto, mas disse esperar que aquela zona não se transforme “em mais um paraíso turístico” na cidade.
Refutando o diagnóstico feito pelo BE, Rui Moreira defendeu a necessidade de Azevedo ter “novas atividades e novos moradores”.
Também o deputado do movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, Raul Almeida, destacou que a ORU de Azevedo “confirma a aposta do executivo na zona oriental” do Porto, bem como “a vontade de construir”.
O social-democrata Manuel Monteiro considerou que programa estratégico pretende “tornar Campanhã num espaço urbano, socialmente equilibrado”, mas também “inverter a quebra de população”.
“Azevedo é um território com paisagem de tradição rural ainda viva. Com esta reabilitação, tornar-se-á numa área da cidade interessante”, observou.
Já o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, destacou a necessidade de “repensar as infraestruturas de forma sustentada” e pensar o território de Azevedo “com base numa estratégia urbana”.
A par da ORU de Azevedo, a Assembleia Municipal aprovou, por maioria, a delimitação de seis Áreas de Reabilitação Urbana (ARU): Baixa, Bonfim, Massarelos, Lapa, Foz Velha e Lordelo do Ouro.