Em causa estão problemas municipais como o trânsito na VCI, falta de polícias e tráfico de droga.
A Assembleia Municipal do Porto aprovou uma moção do movimento independente que insta os partidos a apresentarem nos programas eleitorais propostas para problemas municipais como o trânsito na VCI, falta de polícias e tráfico de droga.
A proposta, apresentada pelo grupo municipal “Rui Moreira, Aqui Há Porto”, foi aprovada por maioria, com voto favorável do PSD, Chega e PAN, a abstenção do BE e PS, e o voto contra da CDU.
Na moção, os independentes exortam os partidos a tornarem “claras, nos seus programas eleitorais, as medidas que propõem para solucionar” alguns dos problemas do Porto, como o excesso de tráfego na Via de Cintura Interna (VCI), a falta de agentes da PSP e Polícia Municipal, o combate ao tráfico de droga e “ausência de respostas de saúde” para os toxicodependentes.
“Este apelo pretende que seja estabelecido um compromisso sério e efetivo com os eleitores do Porto, para que a resolução efetiva destes assuntos muito importantes para a cidade, mas que têm impacto à escala metropolitana, regional e até nacional, possam contribuir para avançar em direção a um país melhor”, referem no documento.
Em substituição do presidente da Câmara do Porto, o vice-presidente Filipe Araújo, que também lidera o movimento independente, reforçou o apelo, defendendo ser o momento para “os que são eleitos pelo Porto defenderem o Porto”.
“Não consegui entender as vossas votações. Estamos a misturar coisas e quando não pomos o Porto em primeiro é sinal de que não vai dar grande resultado”, considerou.
Pela CDU, o deputado Rui Sá considerou a tomada de posição do vice-presidente uma oportunidade “para se afirmar como herdeiro do movimento e se posicionar para as próximas eleições autárquicas”, defendendo que, nem o PCP, nem a CDU “acordaram para a vida agora”.
“Não é preciso o movimento independente vir dizer o que os partidos devem dizer nas eleições, já temos posição sobre isso”, afirmou.
Já a deputada Susana Constante Pereira, do BE, disse não precisar “que o grupo de Rui Moreira inste o BE a representar o interesse das pessoas na Assembleia da República”.
“A abstenção que tivemos não significa, ao contrário do que quer fazer parecer, que o BE não defende o interesse do Porto”, sustentou.
Também o socialista Agostinho Sousa Pinto defendeu “não ser função da Assembleia Municipal propor os temas de debate dos partidos”, que, acrescentou, “têm autonomia e devem gerir a sua campanha eleitoral”.
Esta foi uma das 11 recomendações apresentadas no período antes da ordem do dia da Assembleia Municipal, que decorreu na segunda-feira à noite, e na qual foi ainda aprovado um voto de pesar pela morte de Mário Brochado Coelho.
A par da moção, foi aprovada, por unanimidade, uma saudação do PS pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, assim como, por maioria, uma moção do PSD contra os atrasos das obras do metro.
Também as duas recomendações, apresentadas pelo PSD e movimento independente, pelo aniversário do 25 de Novembro foram aprovadas por maioria.
A discussão em torno do 25 de Novembro e do 25 de Abril marcou maioritariamente o debate, adiando, para a próxima semana, a votação do orçamento municipal para 2024.